sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Os Outros Eus



Relação complicada tenho comigo mesmo, aliás, você também deve se sentir assim, pelo menos as vezes, tenho certeza disso, pode ser que você não assuma, mas eu sei que sim, não sei explicar porque eu sei, só sei que sei. Sabe, desde pequeno, tenho algumas dúvidas que não saem da minha cabeça, hoje não penso muito nisso não, mas as vezes volta ao meu pensamento, coisas como "quem sou eu" por exemplo, já sei, você deve estar respondendo: "Ahh que louco, você é León, mas quem é Léon? Ou melhor quem é você? não vale responder o seu nome, porque seu nome eu sei que você sabe! Tudo bem , sou daqueles que ama adotar a idéia, que viemos de um ser superior, Deus, para alguns Jeová, para outros Javé, esse detalhe já é uma questão de escolha e entendimento, não sei, só sei que sei, eu vim D'ele e pronto, sei disso, por provas e porque me ensinaram assim, e me fez bem. Mas e você? Já tentou adivinhar quem é você? É dificílimo! 
Pitta pensava assim quanto era criança, com Lisi uma amiga de infância, Pitta e Lisi gostavam de se perguntar, quem sou eu, quem sou, várias vezes para tentar achar uma resposta concreta, talvez aí esteja uma das milhares respostas que já ouvi, talvez aí esta um erro do meu ou melhor, do nosso pensamento, não somos esse concreto, somos a parte abstrata, logo não teremos uma resposta concreta. Mas Pitta e Lisi, tinham essa meditação infantil, isso causava medo tanto para uma quanto para outra, suas meditações nunca passaram do "quem sou eu" eu chamo de meditação porque elas tentavam enxergar além do que olhos enxergam, além da casca, e chamo de meditação infantil, porque eram crianças, só não tinha a parte do "ahuuuuuuuuuuummmmmmmmmm ahummmmmmmmmm" porque certamente isso provocaria mais medo a elas. Bom, até agora não respondi, e nem você deve ter uma resposta, mas como sempre, eu prefiro explicar as coisas com exemplos, e lá vai um deles: Quando eu era criança, detestava queijo, pedia minha torrada só com presunto e manteiga, porque não podia ver queijo na minha frente, resumindo, hoje lamento tantos queijos que perdi na minha vida, e se pudesse voltaria no tempo para comer todos aqueles queijos que recusei. Esse exemplo serve para explicar que aquele tempo eu não era definido, depois que eu descobri que eu amo queijo, então o eu completo só existiu ao optar por gostar de queijo, mas, que eu completo? Naquela época eu também não tinha barbas, meus dentes ainda eram miúdos e de leite, eu amava minha gata Geizebel, e hoje eu quero os gatos longe de mim, porque o meu eu completo, depois descobriu que não gostava de gatos, mas também descobriu que ama queijo, assim como descobriu tantas outras coisas, na verdade o eu completo só existiu hoje, quando acordei e me senti tão bem de camisa azul, até ontem minha cor preferida era preto, e amanhã? talvez eu possa me desconhecer novamente ou talvez até sentir saudades do que eu ainda não era, acho que aí tenho uma outra resposta, talvez o que eu fui, era o eu daquele dia, e hoje sou esse aqui, mas então, já teve vários eus? será que é assim? Pedro Bandeira escreveu em um de seu livros, mais ou menos como estou pensando que as coisas são, ele disse assim: " Se ser é ser, e não ser é não ser, não ser é alguma coisa, e se não ser é alguma coisa, ser não é", não acho que não pode ser assim, também tenho a resposta de um Padre chamado Fábio José Melo da silva, em um de seus livros ele escreve: "Eu sou eu e meus avessos" é, pode ser! Lewis Carrol (autor de Alice no país das maravilhas) já não soube dar uma sugestão como Pedro Bandeira e Pe. Fábio, ele escreveu em uma conversa entre Alice e a Lagarta Azul o seguinte: "Receio que não possa me explicar Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema, eu posso explicar uma porção de coisas, mas não posso me explicar a mim mesma." Penso como Alice, eu posso explicar uma fórmula de báscara em um segundo, posso explicar o motivo do ano bissexto a uma criança de 5 anos, que é a sobra de minutos diários onde de quatro em quatro anos aumenta um dia, mas não consigo explicar a mim mesmo. D. Ana, mãe de Pitta me explicou o seguinte, nós estamos aqui dentro do corpo, e o corpo é uma espécie de capa, eu entendo mais ou mesmo da mesma forma, creio que os nossos olhos fazem parte lá de dentro, porque quando olho os meus olhos no espelho eu sinto que é eu de verdade, não sei explicar só sei que sei, alé disso, sei que amo queijo, não suporto gatos, sei que o eu de hoje completo é assim, pesa alguns kilos a mais, não preciso mais usar óculos como na época de criança, amanhã eu já não sei, acho que sou um pouco de minhas escolhas, o eu é o que eu gosto também, ou o que me permito gostar, ou odiar, como os gatos. É, acho que estava certo quando disse que são vários eus, mas não posso terminar assim, prefiro acabar citando outra frase do Pe, Fábio de Melo, gostei da sua frase, achei as palavras bonitas e acho que concordo...Sou um processo constante de vir a ser.

Por, Léon

Como Saint-Exupery


Toda existência carece de um bom motivo para viver, não basta viver, é preciso de um bom motivo, mesmo que seja simples. Creio que a simplicidade em olhar as coisas é o essencial para que nasça a esperança e com maior facilidade. Como Saint-Exupery, desconheço romance mais rico em sensibilidade e esperança que o seu (autor de O Pequeno Príncipe), não sei dizer se sou mais apaixonada por Saint, ou pelo personagem, acho que para mim, eles são quase a mesma pessoa, ou talvez sejam pai e filho. Gostaria que ao menos um deles estivessem ouvindo isso, se encontrarem um deles por aí, façam a gentileza de me avisarem onde posso encontra-los por favor. Quero fazer pate daquela dupla, seremos um trio.
Ahhh, aquelas palavras complexas de Saint, confesso que me atrapalham, mas suas respostas simples me sensibilizam, é como o próprio autor diz: - A prova que o Pequeno príncipe existe, é que ele é encantador, existe  prova melhor que essa? Não!
Não sei onde ele está, mas sei que tanto Saint quanto o Pequeno príncipe, me devolvem mistério da infância, mistérios que pessoas grandes não conseguem entender, mas são coisas simples, é como aquela técnica de traçar com o lápis em torno da mão e dela pintar um pica-pau, com certeza você já deve ter feito uma obra assim, ou não? Vai me dizer que você nunca fez isso? Vai me dizer que você desde de criança é assim, desculpe a palavra, mas um sem graça? Agora entendo quando Saint disse que é preciso ser tolerante com as pessoas grande, mas tudo bem já entendi, você é daquelas pessoas grandes que adora comer Alfajour, pastel de Catupiry, sanduiche Subway porque gosta do nome não é? Mas por favor, tente, faça um esforço e tente entender o mistério do Pica-Pau, por isso fiz questão de colocar minha obra acima, aprendi com Saint, explicar melhor com desenhos, ou exemplos. Se você continua sem entender o mistério da mão Pica-Pau, tudo bem vou seguir o conselho de Saint e ser tolerante com pessoas grandes como você, tão sérias e importantes que gostam de comer o nome do Alfajour, ao invés dele (risos), porque tenho certeza de que quando o Alfajour foi criado, tivesse ganho o nome de BOLINHO DA D. MARIA, ou PAO BORORÓ, escreve o que eu estou dizendo, mas ele teria sido bem menos vendido. Mas vou ser tolerante sim, caso você não sentir a emoção da minha Obra Pica-Pau, é porque você deve ser daqueles que têm uma pintura cheio de riscos na parede de sua casa, chamado pintura SURREAL, ou MONET, pessoas grandes adoram essas coisas, mas obrigada, você acabou de me dar uma maravilhosa idéia para minha obra Pica-Pau, de hoje em diante ela será nomeada de Henri Pica-Pau Rousseau, pode ser que as pessoas gostem do nome como o Alfajour, e não vou dar conta de tantas encomendas da minha obra-prima. (risos) 



Por, Pitta